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Setores técnicos do laboratório de análises clínicas tudo o que você precisa saber

Setores técnicos do laboratório de análises clínicas: tudo o que você precisa saber

Os setores técnicos do laboratórios de análises clínicas compõem sua estrutura fundamental. Ao lado da estrutura física, composta pelo mobiliário e pelos equipamentos, são responsáveis pela entrega de qualidade ao cliente final. De acordo com o porte do laboratório, o número de setores pode variar. 

Neste texto, pontuamos os setores técnicos do laboratórios de análises clínicas: bioquímica, endocrinologia, hematologia, imunologia, micologia, microbiologia, parasitologia e uroanálise. No entanto, entendemos oportuno citar também os setores do laboratórios de análises clínicas que complementam o trabalho específico, que são o setor de coleta e triagem, de expurgos e de esterilização.

Acompanhe!

Importância da organização dos setores técnicos do laboratório de análises clínicas

Importância da organização dos setores técnicos do laboratório de análises clínicas

Organizar os setores técnicos do laboratórios de análises clínicas é uma necessidade primária para uma gestão eficiente do negócio. O segmento de saúde sofre intensa regulação de órgãos específicos, como Ministério da Saúde, Agência de Vigilância Sanitária – Anvisa, Secretarias Estaduais de Saúde, órgãos de classe e Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. 

Por isso, o primeiro ponto que podemos destacar acerca da importância da organização dos setores técnicos do laboratórios de análises clínicas é a concordância com as normas editadas por tais órgãos. Afinal, um negócio da área da saúde que não respeita tais regulações, que também tratam de sua estrutura técnica, pode ser impedido de funcionar.

Em segundo lugar, é importante que o laboratório esteja organizado em setores técnicos para realizar seus serviços em espaços adequados. Cada atividade específica do laboratório exige instalações adaptadas às necessidades dos procedimentos. Por isso, cada setor técnico deve atender às especificações previstas em normas. Tamanho do local, disposição dos equipamentos (deve permitir o uso adequado e confortável pelos usuários), temperatura e outras questões devem ser observadas.

Vale destacar que existem equipamentos do laboratório que necessitam de atenção especial para serem utilizados. A importância dos setores do laboratórios de análises clínicas também está relacionada a atender a essas condições.

Assim, a importância da organização dos setores do laboratórios de análises clínicas se resume em:

  • Atender às normas dos órgãos reguladores para que o negócio esteja apto a funcionar;
  • Realizar os serviços em espaços adequados aos procedimentos;
  • Adequar o espaço aos equipamentos necessários.

Todos esses quesitos têm um papel fundamental na qualidade dos exames e no atendimento prestado.

Qualidade dos exames

Um laboratório com rigorosa gestão da qualidade sabe de sua importância — e por isso os setores técnicos do laboratórios de análises clínicas são tão importantes.

Em primeiro lugar, está preocupado em entregar para o cliente um resultado fiel, com a menor probabilidade de erros. Afinal, estamos falando de um negócio da área da saúde, cujo erro pode interferir diretamente na vida de um paciente. Por isso, a preocupação do gestor com a qualidade se relaciona diretamente com os setores do laboratório de análises clínicas.

As condições externas podem interferir na precisão das análises. Um espaço inadequado, seja por falta de equipamento, por erro em distribuição física ou outro motivo, dificulta o trabalho dos profissionais. O controle fundamentado e o rastreamento de todos os processos é mais difícil. E isso prejudica a qualidade da entrega. 

Sem a gestão da qualidade, certamente serão cometidos os erros pré-analíticos

Quando a organização dos setores do laboratórios de análises clínicas é bem feita, o gestor consegue atingir um nível de qualidade excelente. Aplicando suas ações para aumentar a eficiência do negócio, é possível ser especializado e se destacar diante de uma concorrência competitiva, como é o mercado laboratorial. 

Uma gestão da qualidade eficiente é, assim, uma forma de evitar gargalos que possam prejudicar as rotinas laboratoriais. E os setores técnicos possuem metodologias próprias, adequadas às suas atividades, para que o serviço seja feito com precisão pelos colaboradores. Cada setor pode ter seus processos organizados da melhor forma, e o resultado final será uma entrega de valor ao cliente. 

Um ponto importante que merece destaque é a credibilidade de um negócio que é reconhecido pela entrega de valor. Os laboratórios que possuem boa estrutura de setores técnicos costumam ter averiguações internas rigorosas, próprias de seu controle de qualidade. 

É exatamente isso que garante um processo de crescimento contínuo, pois é possível atender às expectativas dos clientes da instituição. Isso consolida o negócio perante o mercado, mas também perante as entidades de fiscalização. O processo de acreditação a partir da organização dos setores do laboratórios de análises clínicas é muito mais facilitado. 

Setores técnicos essenciais em um laboratório de análises clínicas

Setores técnicos do laboratórios de análises clínicas: os essenciais

Os setores técnicos do laboratórios de análises clínicas são voltados para a atividade fim do negócio. Atualmente, com os avanços tecnológicos, os aparelhos automatizados são utilizados nas análises para garantir resultados mais precisos, evitando erros comuns, como erros de digitação, uso de unidades erradas e outros.

E as ferramentas utilizadas devem ser adequadas para cada especialidade. São 8 os setores do laboratórios de análises clínicas da área técnica: bioquímica, endocrinologia, hematologia, imunologia, micologia, microbiologia, parasitologia e uroanálise. 

Bioquímica

O setor de bioquímica é o local onde são realizados exames que investigam o funcionamento dos processos metabólicos do organismo. Em outras palavras, mede e expressa quimicamente as alterações normais e patológicas. É um dos setores do laboratórios de análises clínicas da área técnica que mais aproveita o avanço tecnológico para conseguir precisão em seus exames.

Neste local, utiliza-se tubo primário com identificação por código de barras, analisadores multicanais com sistema de acesso randômico, controle de qualidade incorporado com gráfico de Levey-Jennings e regras de Westgard para assegurar a integridade dos resultados.

As principais dosagens são glicose, colesterol total e frações, triglicérides, ácido úrico, uréia, creatinina, proteínas, enzimas, eletrólitos, exames função hepática e de função cardíaca, entre outros.

Para cada dosagem, é estabelecida uma metodologia. Veja um exemplo de análise de Cálcio Iônico (determinação direta mais rigorosa para refletir com segurança o cálcio livre). Além de estabelecer a metodologia e os valores para referência, o setor coloca dados para orientação clínica:

  • Metodologia: dosagem direta por eletrodo seletivo (não sofre interferência do pH, proteinemia ou temperatura ambiente).
  • Valores de referência.: 1,17 a 1,32 mmol/l (soro)
  • Dados para orientação clínica: acima do VR, possibilidade de hiperparatireoidismo primário, excesso de ingestão de vitamina D ou outros tipos de malignidade (elevações mesmo com cálcio total normal). Abaixo do VR, possibilidade de hipoparatireoidismo primário, pseudohipoparatireoidismo, deficiência de vitamina D ou de magnésio, falência múltipla de órgãos, alcalose e outros eventos.

Endocrinologia

Assim como na especialidade médica, a endocrinologia é o setor responsável pelos testes hormonais.

As moléculas produzidas por glândulas que exercem efeito específico sobre uma ou mais partes do corpo. Com métodos de imunofluorescência, quimioluminescência e radioimunoensaio, são realizados exames que verificam as dosagens dos hormônios da fertilidade, os hormônios tireoidianos, os marcadores da próstata, entre outros. São exemplos de exames realizados neste setor as dosagens de PSA e TSH.

Hematologia

O setor de hematologia é o local onde condições relacionadas ao sangue e suas frações são investigadas. A hematologia compreende a hematologia geral, o estudo da coagulação e a imunohematologia.

O hemograma é o exame mais comum entre as solicitações médicas dentro deste grupo, sendo frequentemente solicitado pela capacidade do sangue revelar alterações em diferentes partes do organismo. 

O hemograma completo também contribui para diagnosticar e classificar anemias. Por meio de equipamento automatizado de alta tecnologia e rigoroso controle de qualidade, acompanhado de análise microscópica, ele avalia quantitativamente e qualitativamente os elementos do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas).

Dentre os setores do laboratórios de análises clínicas da área técnica, é o que faz testes de coagulação para pré-operatórios e para monitorar o uso de anticoagulantes orais. A imunohematologia classifica o tipo sanguíneo ABO/Rh e realiza outros testes para investigação da incompatibilidade materno-fetal.

Imunologia

Um dos setores técnicos do laboratórios de análises clínicas mais importantes é a imunologia. Neste local, são realizados testes sorológicos para identificar doenças relacionadas a alterações na capacidade de defesa do organismo (imunidade) e resposta contra infecções.

Para realizar os exames, são utilizados métodos específicos com técnicas de enzimaimunoensaio, fluorimetria, soroaglutinação, quimioluminescência e imunofluorescência. Toxoplasmose, hepatites, rubéola, HIV, citomegalovírus, testes de gravidez e marcadores tumorais são alguns exemplos.

Microbiologia

O setor de microbiologia realiza exames que norteiam o diagnóstico de doenças infecciosas que dizem respeito, por exemplo, à atividade bacteriana nociva no organismo. Uma bactéria clinicamente importante é isolada e identificada neste setor técnico. São exemplos a cultura de urina, orofaringe e outras secreções. 

Neste local, há um protocolo a ser seguido:

  1. Coleta do material clínico
  2. Isolamento do microorganismo
  3. Identificação do microorganismo;
  4. Testes de sensibilidade aos antibióticos, incluindo secreções, fezes, urina, sangue e líquidos corporais;

Os profissionais utilizam aparelhos automatizados que proporcionam resultados rápidos e precisos, conforme as normas internacionais do NCCLS (Normativ Control Clinical Laboratory Standartization).

Micologia

A micologia laboratorial se destina a diagnosticar micoses, por meio de análise microscópica direta e de cultura de diversos espécimes clínicos. No entanto, o isolamento do fungo não é suficiente. O profissional deve ter conhecimentos especializados para identificar o fungo ao nível de gênero e espécie, quando possível, interpretando o resultado no contexto laboratorial do espécime diagnóstico.

Assim, tem condições de excluir possíveis contaminantes e orientar o clínico quanto a procedimentos adicionais, e sobre a possível resistência a determinados antifúngicos.

Uroanálise

Um dos setores do laboratórios de análises clínicas da área técnica é a uroanálise. Na linguagem simples, é a análise de urina, que é muito importante para detectar certas substâncias que podem indicar a presença de patologias que não apresentam sintomas. A investigação acerca da doença começa exatamente neste setor.

A análise de urina é feita em exame físico, químico e microscópico. Neste local, são feitas provas químicas que confirmam que todas as amostras são anormais. Um equipamento semi-automatizado é utilizado, bem como microscopia de contraste de fase para avaliar dismorfismo eritrocitário e auxiliar no diagnóstico das nefropatias.

Parasitologia

O último dos mais importantes setores do laboratórios de análises clínicas da área técnica é o de parasitologia. Nele, é feita pesquisa sobre a presença de determinados microrganismos, como vermes e protozoários. Utiliza-se métodos específicos para realizar exames nas fezes. Veja alguns exames:

  • Coprologia funcional: avaliação das funções digestivas;
  • Sangue oculto: ajuda a identificar ulcerações e sangramentos intestinais.
  • Pesquisa de parasitas por testes imunológicos (Elisa) e outras técnicas auxiliares no diagnóstico de gastroenterites virais.
Setores complementares

Setores complementares

Os setores do laboratórios de análises clínicas não se limitam às áreas técnicas, voltadas especificamente para a realização de inúmeros exames. Existem locais que se destinam a auxiliar a área técnica para que a qualidade do exame seja a maior possível. Isso envolve desde a coleta e triagem da amostra, a esterilização dos materiais utilizados e os expurgos.

Setor de coleta e triagem

Os setores de coleta e triagem são setores do laboratórios de análises clínicas que demandam muita atenção. Considerando que a maioria dos exames são feitos a partir de uma amostra de sangue venoso, os profissionais devem conhecer as técnicas de coleta e triagem para que ela não seja alterada.

O sangue é um “sistema” complexo, constituído por substância líquida (soro ou plasma), elementos sólidos ou figurados (hemácias, leucócitos e plaquetas) e elementos gasosos (O2 e CO2). A coleta de sangue se dá por punção venosa ou venopunção. 

Existem etapas que o profissional deve adotar no setor de coleta e triagem, como:

  • Anamnese: laboratório informa ao paciente sobre o exame, dá instruções sobre jejum, cuidados com a alimentação, e horário de funcionamento de coleta. O paciente informa ao laboratório questões importantes sobre sua saúde para, só então, ser cadastrado.
  • Preparação do paciente: conferência da identidade do paciente e explicação sobre os procedimentos de coleta, bem como etiquetar os tubos na frente dele.
  • Garroteamento e seleção da veia a ser puncionada conforme exame do paciente;
  • Coleta das amostras;
  • Destinação e armazenamento correto das amostras, entre outras etapas de coleta e triagem.

Setor de esterilização

Outro dos importantes setores do laboratórios de análises clínicas é o setor de esterilização. Quando abordamos produtos para laboratório, é uma etapa fundamental para a qualidade e resultado exatos, sem interferência de microrganismos. Há protocolos que dependem da utilização de produtos estéreis, e a esterilização pode ocorrer por vários métodos. A escolha por um ou outro depende do tipo de produto utilizado e podem ser físicos, químicos ou uma combinação de ambos.

Com o avanço tecnológico, os métodos de esterilização são muito diversificados, com diferentes características e eficiências. São métodos de esterilização físicos, como o calor seco (estufa), o calor úmido (vapor sob pressão – autoclaves) e a radiação (Gama – Cobalto 60, Cobalto Ultravioleta). São métodos de esterilização químicos, como o Óxido de Etileno (ETO), o Peróxido de Hidrogênio, o Ácido Peracético, o Formaldeído e o Glutaraldeído.

Os processos de esterilização mais utilizados são a Autoclavagem (vapor), Óxido de Etileno e Radiação Gama.

O principal objetivo da esterilização é eliminar as formas de vida microbiana (bactérias, vírus, fungos, e esporos). O item é estéril se a probabilidade de sobrevivência dos microrganismos contaminantes é menor do que 1:1.000.000. 

Setor de expurgos

O setor de expurgos é o que cuida dos resíduos de serviços de saúde. É, por isso, uma importante ferramenta de biossegurança. Algumas medidas são simples, como a conscientização dos profissionais sobre higienização e técnicas assépticas, mas há medidas mais exatas, como a implementação de equipamentos eficientes para descarte de resíduos.

Esses resíduos são provenientes do atendimento a pacientes. As regras nacionais sobre acondicionamento e tratamento do lixo gerado em laboratórios, desde sua origem até seu destino (aterramento, radiação e incineração), são estabelecidas pela ANVISA. O objetivo delas é prevenir danos ao meio ambiente, bem como prevenir acidentes que atinjam profissionais que lidam diretamente com coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação desses resíduos.

Não custa lembrar, mas todo o lixo laboratorial deve ser devidamente condicionado em embalagens específicas para a sua destinação correta. Ele é classificado assim:

Resíduos especiais: materiais farmacêuticos, químicos e radioativos;

Resíduos comuns ou gerais: oriundos de áreas administrativas;

Resíduos infecciosos: materiais que contenham sangue humano, resíduos de diagnósticos, materiais perfurocortantes, material patológico, biópsias, resíduos de tratamentos como sondas, drenos e gases, dentre outros.

Tecnologia para integrar setores de um laboratório de análises clínicas

Tecnologia para integrar setores técnicos do laboratórios de análises clínicas

Pensar nos setores do laboratórios de análises clínicas individualmente pode ser difícil, porque muitos deles trabalham de forma integrada. No entanto, um gestor que se preocupa com a qualidade sabe que há muitas perdas de dados, fruto de uma comunicação ineficiente ou de métodos de trabalho falhos, que podem comprometer uma entrega que depende de vários setores.

Por isso, se você é alguém que se preocupa com a integração correta dos setores do laboratórios de análises clínicas, sabe que a tecnologia é uma aliada fundamental. Existem sistemas de automação que funcionam como ponte de comunicação entre a plataforma de automação e os equipamentos conectados. Isso possibilita a gestão eficiente dos resultados de amostras de pacientes e um rigoroso controle de qualidade. A consequência é rapidez e segurança no tratamento desses dados.

Há, ainda, formas de reduzir os erros na área de coleta, como erros na identificação do paciente, preenchimento incorreto do tubo, uso de recipientes impróprios, ou extravio de tubos. Um sistema de gerenciamento de informações evita parte de erros ligados a identificação de pacientes e tubos, além do treinamento interno adequado.

A tecnologia, em suma, podem ajudar o gestor a desenvolver processos claros para as etapas críticas (identificação do paciente, coleta e rotulação da amostra, transporte e preparo para análise), disponibilizar o Manual de Orientações de Coleta de Amostras Laboratoriais para todas as áreas e unidades, preparar adequadamente o paciente e identificar informações importantes que impactam no diagnóstico correto, entre outros pontos. 
Os setores do laboratórios de análises clínicas compõem sua estrutura e possuem funções determinadas, mas só funcionam perfeitamente quando há boa integração. Essa integração é, em parte, feita por ferramentas tecnológicas. Conheça as principais vantagens de adotar um software para laboratórios!

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