Os equipamentos de proteção ao trabalhador estão presentes em empresas de diversos segmentos. Os EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas podem, inclusive, ser comuns a outros empreendimentos de saúde. Fato é que todos eles são essenciais para garantir um ambiente de trabalho seguro.
A ausência desses equipamentos pode trazer muito risco à saúde e à segurança dos colaboradores. Esse fato, por si só, já justificaria a extrema atenção que o gestor do negócio deve dar aos EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas. No entanto, existe outro agravante, que é a possibilidade de autuação por parte da autoridade trabalhista.
Considerando a importância desses equipamentos, conceituamos o que são EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas e listamos quais os mais importantes, seja de proteção individual ou coletiva. Acompanhe!
O que são EPI e EPC para laboratórios de análises clínicas?
EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas são equipamentos de proteção individual e coletiva, respectivamente. O uso de EPIs no Brasil é regulamentado pela Norma Regulamentadora NR-6 da Portaria nº 3214/1978, do Ministério do Trabalho e Emprego.
Um Equipamento de Proteção Individual (EPI) é um dispositivo de uso individual do trabalhador. Seu objetivo é proteger a saúde e manter a segurança dos colaboradores de todas as áreas do laboratório. Para tanto, é uma medida contra substâncias irritantes e tóxicas, agentes infecciosos, materiais perfurocortantes e materiais submetidos a aquecimento ou congelamento.O uso de EPIs é um direito do profissional de saúde, e o empreendimento é obrigado a fornecê-lo e a garantir que seja utilizado de maneira correta.
Esses equipamentos podem ser descartáveis ou não e devem estar à disposição dos profissionais em número suficiente, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição. Os itens obrigatórios para os colaboradores de laboratórios de análises clínicas são jalecos, luvas, máscaras ou respiradores, óculos de segurança ou protetores faciais. Se houver ruídos além dos níveis permitidos, deve ter também protetores de ouvido para trabalhos muito demorados.
Já os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são utilizados para proteção coletiva dos colaboradores expostos a risco.
EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas são, em suma, barreiras primárias contra os riscos que o ambiente de trabalho apresenta aos colaboradores.
Importância de EPI e EPC para laboratório de análises clínicas
A rotina laboratorial presume o contato com materiais que podem contaminar os profissionais do estabelecimento. Como em qualquer trabalho, existem ferramentas que eles devem utilizar para salvaguardar sua saúde e integridade física: EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas.
Para reduzir os perigos de infecção contra materiais biológicos, por exemplo, são utilizados os Equipamentos de Proteção Individual. E isso independe do setor de atuação ou do procedimento executado. Na maior parte dos setores de um laboratório de análises clínicas, várias substâncias são potencialmente infecciosas e manuseadas diariamente.
Diante desse cenário de potencial contaminação, os EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas são a melhor forma para proteger técnicos e analistas clínicas contra diversas doenças e outros riscos. Assim, é possível executar procedimentos seguros e evitar acidentes, tornando o laboratório um ambiente que não oferece perigo para seus colaboradores.
Vale lembrar, por fim, que o empreendimento pode responder legalmente por não fornecer EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas. Por norma, ele é obrigado a disponibilizar gratuitamente tais equipamentos.
Qual é o papel do laboratório e dos funcionários quanto aos EPIs?
A norma brasileira que trata sobre os Equipamentos de Proteção Individual é a NR6. Ela estabelece as regras e diretrizes referentes ao uso desses equipamentos, discorrendo sobre as obrigações das empresas. De acordo com o ponto 6.3., “a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
- Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
- Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e,
- Para atender a situações de emergência”.
Além de pontuar essas normas gerais, a NR6 traz as responsabilidades específicas do empregador quanto ao EPI. Veja:
- Fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
- Registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico;
- Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
- Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
- Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
- Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;
- Adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
- Exigir seu uso.
Os funcionários também têm responsabilidades quanto ao uso do equipamento. Ele deve:
- Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;
- Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado;
- Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
- Responsabilizar-se pela guarda e conservação.
Entendidas as responsabilidades de cada um quanto aos equipamentos de proteção individual, é preciso conhecer quais são os EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas.
Quais são os equipamentos de proteção individual indispensáveis em um laboratório de análises clínicas?
Os EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas cumprem um importante papel no empreendimento. Eles asseguram a saúde e a integridade física dos colaboradores. Conheça a seguir quais são os EPIs indispensáveis para o laboratório.
Jaleco
O jaleco é uma roupa utilizada como barreira para proteger o corpo contra riscos e perigos causados por substâncias e materiais perigosos. Ele protege tanto a parte superior quanto a parte inferior do corpo. Para isso, deve ter mangas longas e comprimento até os joelhos.
É fundamental que seja exclusivamente feito de algodão, que não é inflamável. Sua confecção em tecido deve ser resistente à penetração de líquidos. Se não for descartável, deve ser resistente à descontaminação e autoclavação.
É uma excelente maneira de se prevenir contra contaminação de origem química, biológica e radioativa, exposição direta a sangue e fluidos corpóreos, e derramamentos, salpicos e borrifos (respingos) de origens diversas, como substâncias reagentes.
Esse EPI oferece aos colaboradores mais segurança nas coletas, no transporte, na manipulação e no descarte de amostras clínicas, motivo pelo qual devem mantê-lo sempre em perfeitas condições. A limpeza do jaleco deve ser feita no próprio laboratório e, se não for o caso, deve ser autoclavado e, em seguida, levado para casa.
O jaleco deve ser utilizado sempre que o profissional entra no laboratório. No entanto, ao se dirigir a qualquer outro local fora do ambiente de trabalho, deve ser retirado para que não leve agentes biológicos e infecciosos para estes locais.
Luvas
As luvas também estão entre os EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas, porque são utilizadas como barreira de proteção. Elas são um dos primeiros acessórios que devem ser colocados no corpo antes dos procedimentos, pois previnem a contaminação das mãos do profissional de saúde ao manipular as amostras clínicas e materiais contaminados, tóxicos, irritantes e/ou corrosivos. Elas também reduzem a possibilidade de transmissão de microorganismos presentes nas mãos para pacientes ou materiais.
Esses equipamentos podem ser descartáveis. Nesses casos, se destinam a manipular materiais potencialmente infectantes. São as luvas de procedimentos, feitas de látex (borracha natural) ou de material sintético (vinil). Estas são mais resistentes aos perfurocortantes e indicadas a pessoas alérgicas às luvas de borracha natural.
As luvas descartáveis são utilizadas em coletas, transporte, manipulação e descarte de amostras biológicas. Elas devem ser calçadas com cuidado para que não rasgar e ficar bem aderida a pele, evitando acidentes.
Existem também luvas que podem ser reutilizadas, como as de borracha e as resistentes. As luvas de borracha, grossas e antiderrapantes, destinadas à manipulação de resíduos ou lavagem de materiais e a procedimentos de limpeza em geral. Já as luvas resistentes à temperatura servem para manipular materiais submetidos a aquecimento ou congelamento. É o caso dos procedimentos com estufas para secagem de materiais, câmaras frias, banho-maria, freezer para conservação de amostras, e outros.
Máscaras ou respiradores
Dentre os EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas, estão as máscaras ou respiradores. Sempre que houver manipulação de substâncias de risco químico ou biológico, em emergências, os respiradores serão utilizados. Dentre os mais comuns, estão:
- De adução de ar: fornecem ar ao usuário independente do ar ambiente;
- Purificador de ar: purificam o ar ambiente antes que o usuário o inale.
A função principal desses equipamentos é proteger o profissional contra gases e substâncias tóxicas. Ao entrar em contato com os pulmões, eles podem levar a intoxicações graves por comprometerem o aparelho respiratório. O uso desses EPIs também previnem contra vapores intoxicantes provenientes de aerossóis e particulados e agentes infecciosos encontrados em coletas de sangue de pacientes em isolamento.
Por isso, o uso pelos colaboradores é muito importante para evitar a exposição a vapores tóxicos que podem comprometer a saúde. Seu material pode variar conforme o risco. Ele pode conter filtro químico, mecânico ou combinado.
Cabe destacar ainda as máscaras descartáveis, que devem ser utilizadas em atividades que envolvem suspensão de partículas (centrifugação, pipetagem, execução de raspados epidérmicos, semeadura de material clínico) ou formação de aerossol.
Óculos de segurança ou protetor facial
Os óculos de segurança ou o protetor facial são alguns dos EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas que protegem o rosto e os olhos de partículas quentes ou frias, impactos de fragmentos sólidos, poeiras, líquidos, vapores, e radiações não ionizantes. Eles devem garantir a visualização perfeita do profissional ao executar o trabalho, mantendo seu campo de visão, motivo pelo qual devem ser feitos de material transparente e não distorcer a imagem.
Sempre que houver uma situação de periculosidade à saúde dos olhos do colaborador, os óculos devem ser utilizados. Como são muitas as ocorrências, é fundamental que seja feito de material rígido, porém leve. Os óculos de grau não substituem os óculos de proteção.
O protetor facial é feito com o mesmo material dos óculos e cobre todo o rosto.
Ambos são equipamentos reutilizáveis e devem ser desinfetados com frequência.
E os equipamentos de proteção coletiva?
Os Equipamentos de Proteção Coletiva também são indispensáveis em um laboratório. Confira quais são eles!
Autoclaves
As autoclaves servem para esterilizar os materiais que não são descartáveis. Isso ocorre por meio do contato com vapor de água em temperatura elevada durante certo tempo. Por garantir a destruição dos microrganismos, é um EPC fundamental e obrigatório no interior dos laboratórios NB-3 e NB-4, (NB-4 autoclave de porta dupla).
Forno Pasteur
O Forno Pasteur é um EPC, pois opera em superfícies que não são penetradas pelo calor úmido.
Chuveiro de emergência
O chuveiro de emergência, como o nome sugere, é utilizado quando ocorre algum acidente que ocasiona projeção no profissional de grande quantidade de substâncias químicas, sangue ou outro material biológico. Ele deve ter aproximadamente 30 cm de diâmetro, com jato de água forte acionado por alavancas de mão, cotovelo ou pé e ser de fácil acesso para possibilitar a remoção imediata da substância. É um dos EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas que reduz os danos para o colaborador.
Lava olhos
No mesmo sentido do chuveiro de emergência, o lava-olhos é utilizado em acidentes na mucosa ocular. Quando ocorre algum derrame de material nos olhos, o profissional deve utilizar um jato de água forte por, no mínimo 15 minutos, para remover a substância.
Em geral, é instalado junto aos chuveiros ou às pias do laboratório. Cabe lembrar, porém, que o uso de óculos de proteção, um dos EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas fundamentais, evita esse tipo de situação.
Extintor de incêndio
Os extintores de incêndio são equipamentos obrigatórios em qualquer negócio. No laboratório, deve obedecer a algumas especificações devido aos materiais e substâncias utilizados no local. São eles:
- Extintor de água (mangueira): fogo em papel e madeira;
- Extintor de dióxido de carbono (pó químico seco): fogo em equipamentos elétricos;
- Extintor de dióxido de carbono (pó químico ou espuma): fogo em líquidos ou gases inflamáveis.
Para se proteger ainda mais de eventuais acidentes com fogo, é preciso ter manta ou cobertor de lã ou algodão grosso, que abafa ou envolve a vítima de incêndio. Balde com areia ou absorvente granulado também é eficiente para neutralizar substâncias químicas perigosas, como álcalis.
Cabines de segurança química
As cabines de segurança química são utilizadas para manipular substâncias químicas que liberam gases tóxicos, irritantes, corrosivos e vapores. A capela de exaustão química, por exemplo, é utilizada na manipulação de formaldeído, cujo odor é irritante e pode causar hipersensibilidade.
Cabine de segurança biológica
Um dos EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas fundamentais é a cabine de segurança biológica (capelas de fluxo laminar). É utilizada para proteger o ambiente e o profissional de aerossóis potencialmente infectantes que se espalham durante a manipulação. É também usada para proteger o produto em manipulação do contato com o meio externo, evitando contaminações.
São três tipos de cabines de segurança biológico: Classe I, Classe II e Classe III. A ideal para laboratórios clínicos, em especial com procedimentos microbiológicos e unidades hemoterápicas, é a de Classe II. Nela, o ar é filtrado em um filtro especial (HEPA – High Efficiency Particulate Air) antes de entrar e antes de sair da cabine. Assim, protege o manipulador, o ambiente e o material.
Qualquer procedimento que envolve amostras biológicas devem ser feitos em CSB, mas prioritariamente manipulação de amostras de secreções e de outros fluidos corporais, e separação de soro.
Sempre que um profissional for utilizá-la, deve ligá-la 30 minutos antes do início do trabalho e deixá-la ligada 30 minutos após a conclusão do trabalho. Além disso, deverá ser submetida a limpeza, descontaminação e desinfecção. As cabines também devem ser testadas, calibradas e certificadas a cada 6 meses.
Módulo de fluxo laminar de ar
O módulo de fluxo laminar de ar são utilizadas em alguns procedimentos. São áreas de trabalho portáteis, limitadas por cortina de PVC flexível ou outro material rígido transparente, e pode ser horizontal ou vertical.
Os EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas são destinados a assegurar a saúde e a segurança dos profissionais e do ambiente de trabalho. Por este motivo, devem ser mantidos em boas condições de funcionamento e serem sinalizados com placas indicativas. Para que não hajam problemas, os colaboradores devem ser treinados para que os utilizem de forma apropriada.
Outra maneira de garantir o bom funcionamento do laboratório é por meio do POP – Procedimento de Operação Padrão. Conheça um pouco mais sobre o assunto!