O termo biossegurança pode soar estranho para muitos tipos de negócios, mas para as empresas que atuam na área de saúde, sobretudo os laboratórios clínicos, esse é um conceito altamente relevante e presente em grande parte dos expedientes.
Falar em biossegurança é falar do conjunto de medidas relacionadas à integridade do ambiente, como o tratamento do ar, esterilização dos equipamentos, correto manuseio de resíduos, entre outras ações que contribuem para tornar as instalações do laboratório mais adequadas ao trabalho, evitando riscos à saúde daqueles que nele se encontram.
A biossegurança tem um papel crucial na rotina de um laboratório, tanto o é que existem regulamentações destinadas a impor regras a esses estabelecimentos, de forma a se evitar contaminações, acidentes, entre outras ocorrências que possam interferir na saúde dos usuários e dos funcionários.
Dada a relevância desse tema, preparamos este post para ajudar você a reforçar a biossegurança em seu laboratório. Continue a leitura e confira algumas medidas que podem ser adotadas!
Utilização de EPIs e EPCs
Diante das especificidades dos processos contidos em um laboratório, adotar os cuidados necessários para resguardar a integridade dos funcionários deve estar entre as prioridades. Nesse ponto, uma das formas mais eficazes de garantir essa segurança é a partir da utilização de equipamentos de proteção, sejam eles individuais (EPIs) ou coletivos (EPCs).
Esses equipamentos têm como objetivo proteger seu utilizador da exposição direta e do contato com elementos tóxicos, materiais perfurocortantes, agentes infecciosos, além de outros materiais que podem causar algum tipo de dano à saúde.
Um ponto importante acerca dos equipamentos de proteção é que a sua disponibilização aos funcionários é dever do próprio estabelecimento, além de ser deste também a obrigação de fiscalizar e exigir a utilização dos equipamentos, sob pena de multas e sanções em razão de acidentes.
Existem diversos tipos de Equipamentos de Proteção Individual, cada um com a sua aplicabilidade. A exemplo, podemos citar:
- touca, capuz, capacete;
- óculos, viseiras, máscaras para a proteção do rosto e dos olhos contra materiais infectantes, substâncias químicas e abrasivas e gases tóxicos;
- abafadores e protetores auriculares para a proteção dos ouvidos;
- respirador para evitar a inalação de toxinas;
- jalecos e coletes para evitar o contato direto com superfícies, instrumentos e materiais perigosos;
- luvas descartáveis para evitar o contato manual com elementos nocivos;
- calças e botas.
Por outro lado, existem também os EPCs, que são dispositivos fixos ou móveis instalados no local de trabalho, cuja função é promover a segurança coletiva de todos aqueles que ali circulam e trabalham.
A exemplo, em laboratórios clínicos existem as Cabines de Segurança Biológica (CSB), que são ambientes isolados destinados a evitar contaminações externas.
Além desse, existem os filtros de ar, que tratam todo ar do ambiente, removendo qualquer tipo de agente infeccioso que possa contaminar os funcionários.
Treinamentos para emergências
Outro fator crucial para o reforço da biossegurança das instalações do laboratório é a cultura de treinamentos e orientações aos funcionários, caso ocorra algum tipo de problema. O intuito é deixar os colaboradores preparados para lidar com situações de emergência, atenuando ao máximo os riscos que delas possam surgir.
Para se ter uma ideia da importância desses treinamentos, a RDC 302/05 — resolução que dispõe sobre Regulamento Técnico para o funcionamento de laboratórios clínicos — impõe a necessidade da elaboração de uma espécie de manual de biossegurança contendo orientações escritas para instruir os funcionários sobre boas práticas relacionadas ao tema.
Na prática, diversos laboratórios utilizam os Procedimentos Operacionais Padrão (POP), os quais têm a finalidade de padronizar condutas do dia a dia, reduzindo a probabilidade de ocorrência de erros e situações danosas.
Neste manual, os temas que devem ser abordados, em regra, dizem respeito a:
- condutas e normas de segurança ambiental, biológica, física, química e ocupacional;
- orientações de uso dos equipamentos de proteção, tanto individuais (EPI) quanto coletivos (EPC);
- condutas a serem adotadas em caso de acidente;
- manuseio de materiais e amostras biológicas nas instalações do laboratório e também fora delas;
Utilização de mobílias e instrumentos de fácil limpeza
Um dos cuidados mais importantes relacionados à biossegurança no laboratório é a limpeza do ambiente. Constantemente é preciso cuidar para que objetos, equipamentos e mobília estejam limpos e livres de agentes infecciosos.
Nesse sentido, para facilitar os cuidados com a limpeza é essencial que o empreendimento disponha da infraestrutura ideal, a exemplo de uma mobília de fácil limpeza e procedimentos de esterilização.
Como se sabe, alguns materiais têm propriedades mais adequadas aos procedimentos de limpeza, como superfícies rígidas e não porosas. Por isso, é mais indicado dar preferência para a utilização de balcões em mármore, granito, entre outros materiais de características semelhantes.
Quanto aos instrumentos e equipamentos, a ideia é basicamente a mesma: o recomendado é utilizar sempre aqueles que podem ser limpos e esterilizados sem nenhum tipo de dificuldade ou possibilidade de acúmulo de resíduo, como é o caso de lixeiras, recipientes, coletores e outros em alumínio inoxidável.
Instalação de piso antiderrapantes
Seguindo com as nossas dicas sobre a infraestrutura interna e operacional do laboratório, citamos a importância da instalação de pisos antiderrapantes no ambiente. A ideia aqui é tornar os deslocamentos mais seguros, evitando acidentes de percurso, especialmente nos locais em que haja umidade e o chão se torne ainda mais escorregadio. Em um ambiente tão controlado e que demanda uma precisão extrema, reduzir os riscos de acidentes é fundamental.
Atenção à RDC 302/2005
Dentro do contexto da biossegurança nos laboratórios, estar atento à Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 302 de 2005 também é muito importante. Esse é um dispositivo normativo editado para estabelecer um Regulamento Técnico para funcionamento dos Laboratórios Clínicos, ou seja, regular o setor, estabelecendo parâmetros para o seu funcionamento.
A norma em questão traz diversos itens e apontamentos sobre como esses empreendimentos devem proceder para ficar de acordo com os padrões necessários. Para isso, cuida de pontos como:
- organização do laboratório;
- responsabilidade, planejamento, implementação e garantia da qualidade dos processos;
- infraestrutura;
- equipamentos e instrumentos laboratoriais;
- gerenciamento de resíduos e rejeitos provenientes das atividades do laboratório;
- biossegurança;
- limpeza, desinfecção e esterilização;
- garantia de qualidade;
- controle de qualidade;
Como é possível perceber, a biossegurança é uma das preocupações da RDC 302/05. A norma traz uma série de medidas a serem adotados pelo laboratório, a exemplo da necessidade de formulação de um manual, estabelecendo diretrizes para que os colaboradores saibam como proceder para garanti-la.
Atuação em conformidade com a NBR 14785
Assim como a RDC 302/05 contempla ações voltadas para a biossegurança do laboratório, há também a NBR 14785 que também o faz.
A título de exemplo, a NBR em questão dispõe que todos os colaboradores deverão:
- ser instruídos e treinados para interromper qualquer atividade sempre que haja risco imediato;
- identificar e notificar qualquer problema de segurança;
- providenciar ou recomendar ações que solucionem situações de risco;
- acompanhar e participar da implementação das ações corretivas
Por fim, como vimos, a biossegurança é um tema de extrema relevância dentro do laboratório, e as próprias regulamentações são prova disso. Por essa razão, ter atenção aos pontos levantados é medida de ordem para atuar de maneira responsável e profissional.
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