A pandemia do novo coronavírus, declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como Emergência Pública de Importância Internacional, vem avançando no país e no mundo.
Com isso, o setor laboratorial sofre uma enorme pressão devido ao aumento da demanda por testes diagnósticos – já que as análises clínicas são fundamentais para o sucesso do enfrentamento contra a doença.
Com todas as dificuldades impostas pelo aparecimento de uma enfermidade de alto contágio e, a princípio, desconhecida, o combate à pandemia tem tido a colaboração dos profissionais do setor laboratorial e também de outros setores da saúde.
Após o ápice da atual crise, certamente restarão consequências de ordem econômica e psicológica, que nortearão importantes estratégias e planejamentos em busca da melhor forma de gerir os laboratórios de análises clínicas.
Quer entender um pouco mais sobre como laboratórios de análises clínicas impactam o combate à pandemia? Confira o conteúdo que preparamos para você!
O que é a pandemia do novo coronavírus?
Como você já deve saber, a covid-19 é uma doença respiratória causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), identificado pela primeira vez em Wuhan, na China.
O período de incubação da doença varia entre dois e quatorze dias, sendo em média, de cinco dias. Os sintomas surgem após esse período e geralmente persistem entre cinco e sete dias. Após sete dias, começa o período de maior transmissibilidade, isto é, quando é maior o risco das pessoas passarem o vírus a outras.
Os principais sintomas da doença incluem febre, tosse e dificuldade respiratória. O quadro clínico nos pacientes mais graves é mais parecido com um quadro de pneumonia do que a uma gripe comum.
Durante a pandemia, ou seja, quando se tem transmissão comunitária do vírus, a identificação rápida dos pacientes com quadro de síndrome gripal na atenção primária à saúde e o encaminhamento ao isolamento social do indivíduo infectado, são medidas importantes para conter a disseminação.
Já os casos mais graves devem ser identificados, estabilizados e encaminhados para os centros de referência da região.
Os exames diagnósticos, incluindo os testes rápidos, desempenham um papel fundamental no processo de triagem e diagnóstico, em que pacientes infectados podem ou não apresentar quadro semelhante ao de síndrome gripal.
Laboratórios de análises clínicas e a pandemia
De forma resumida, os laboratórios de análises clínicas têm o objetivo de investigar o estado de saúde das pessoas.
Devido à pandemia causada pelo novo coronavírus, muitas pessoas estão sendo testadas para saber se estão ou não com a covid-19.
Neste sentido, a Organização Mundial da Saúde (OMS) defende que identificar o número real de pessoas infectadas é uma importante medida de enfrentamento ao vírus. E, como dissemos anteriormente, por causa da alta demanda, muitos laboratórios e empresas farmacêuticas correm contra o tempo para encontrar e desenvolver métodos cada vez mais eficazes na identificação e diagnóstico da doença.
Entretanto, devido ao grande volume de informações e novos procedimentos, o Ministério da Saúde decidiu esclarecer os critérios para a realização de exames por meio do Guia de Vigilância Epidemiológica 2020.
Confira a seguir o que o documento enfatiza a respeito dos testes!
O método RT-PCR
O método definido como sendo o mais assertivo foi o RT-PCR, que utiliza a biologia molecular. Neste procedimento, uma amostra de secreção nasal e da garganta do paciente com suspeita de infecção é levada ao laboratório de análises clínicas para uma minuciosa busca pelo material genético responsável pela covid-19.
De acordo com o Ministério da Saúde, “esses testes moleculares baseiam-se na detecção de sequências únicas de RNA viral, com confirmação por sequenciamento de ácidos nucleicos, quando necessário. Para o diagnóstico molecular de Covid-19, até o momento, os genes virais alvo do Sars-CoV-2 são: N, E, S e RdRP”.
Além disso, o Ministério da Saúde esclarece que “entre alguns protocolos existentes para detecção desses genes, o que tem sido adotado pela maior parte dos países e recomendado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) é o protocolo internacional desenvolvido pelo Instituto Charité/Berlim. Esse método tem sido amplamente utilizado por estabelecimentos de saúde pública e de saúde suplementar, incluindo laboratórios da rede privada e, até esse momento, é considerado o procedimento de referência em território nacional para confirmar a Covid-19”.
Porém, vale ressaltar que esta é uma técnica bastante complexa, que envolve pelo menos quatro fases e que se trata de um processo demorado – já que é uma técnica de biologia molecular que utiliza ciclos de muito calor e baixas temperaturas. Desta forma, um resultado costuma levar entre cinco e seis horas para ser finalizado.
Os testes rápidos
Os testes conhecidos como rápidos também podem ser realizados a partir da secreção nasal e da garganta do paciente com suspeita de infecção. Porém, são mais comuns os testes rápidos realizados com sangue.
Os testes rápidos recebem este nome porque podem ser realizados e fornecer resultados em tempo recorde: entre 10 e 30 minutos. Entretanto, o Ministério da Saúde ressalta que eles devem ser utilizados apenas como uma ferramenta para o auxílio no diagnóstico da doença durante as ações de combate à pandemia.
O objetivo dos testes rápidos é identificar e medir a presença de dois tipos de anticorpos no organismo: a Imunoglobulina G (IgG) e Imunoglobulina M (IgM). Esses anticorpos surgem em resposta à presença do vírus invasor, neste caso, o coronavírus.
O IgM é produzido na fase aguda da contaminação, já o IgG pode aparecer alguns dias depois, além disso, ele é mais específico e serve para proteger a pessoa de futuras infecções, se mantendo presente ao longo da vida.
Como os laboratórios de análises clínicas impactam o combate à pandemia?
Ao chegar até aqui, não restam dúvidas sobre o fato de que os laboratórios de análises integram uma das frentes fundamentais para o enfrentamento, controle e combate à pandemia causada pelo novo coronavírus.
Conforme abordamos e considerando a crise atual, o setor de laboratórios clínicos vem sofrendo bastante pressão para atender as demandas por testes diagnósticos. Existe uma indicação à testagem de todos os pacientes, independentemente de seu quadro clínico e até mesmo da presença de sintomas.
Esta demanda levou a uma escassez de reagentes em escala mundial. Com isto, existe o risco de termos os serviços de saúde abastecidos com reagentes de qualidade não condizente com a boa prática dos laboratórios clínicos – como visto nos noticiários. Ou seja, nem todo conjunto diagnóstico apresenta a qualidade desejada.
Além disso, antes de ter seu uso liberado, um teste diagnóstico precisa ser avaliado em inúmeros aspectos – que começam com as boas práticas de fabricação, passando pelo crivo das agências regulatórias dos países onde são comercializados e terminam com a validação laboratorial e a validação clínica dos laboratórios que executam os exames.
Tudo isso é feito a fim de garantir a segurança dos resultados do exames entregues e, consequentemente, dar suporte adequado ao médico em suas decisões sobre o tratamento dos pacientes.
Por isso, diante deste enfrentamento, precisamos ser capazes de executar a melhor gestão laboratorial de todos os tempos, alcançando assim o melhor desempenho e consequentemente o impacto positivo quanto às estratégias de contenção das infecções.
Além da contribuição para o diagnóstico da covid-19 ser um fator essencial para o controle e combate à pandemia, o novo coronavírus expõe a importância de um setor laboratorial integrado e vigilante.
A crise mundial de saúde nos faz concluir que, hoje em dia, não é possível obter integração e eficácia quanto ao processo de gestão laboratorial sem o apoio da tecnologia. Não se trata mais de uma tendência, mas sim de uma realidade presente em nosso dia a dia!
Gostou de saber mais sobre como laboratórios de análises clínicas impactam o combate à pandemia? Então não deixe de conferir o conteúdo sobre coronavírus crise e gerenciamento de riscos em laboratórios de análises clínicas!